
Um velho depósito sem paredes, de quinquilharias assustadoras. Um pio de vento na greta. Um choro de criança largada na despensa. Um livro borrado de olhos no batente. Uma fotografia que eu não consigo esquecer ou rasgar. Eu vivo nesse quarto onde não cabe mais nada. Nem a mim, nem a própria solidão que o inventou.
Fernando Coelho
Rodrigues Lima, fotografia