No palco Zezé Polessa é tudo: a grande atriz, a contrarregra, a figurinista, o próprio Teatro.

Brinca de ser Nara Leão. Brinca como as crianças brincam e nos faz ver o que não está lá. E vamos assistindo a história do Brasil, a história da música brasileira aos olhos da vida de Nara Leão, viva no palco, através de Zezé Polessa.

O texto é do Miguel Falabella e bem podia ser editado em livro. Brilhante. Um espanto assistir no teatro um texto tão rico. São pontos de luz que se acendem entre nós na plateia, pensamentos que dançam no ar do teatro.

OS OLHOS DE NARA LEÃO é poético, delicado, despretensioso, simples como Nara sempre foi. Uma simplicidade que teve um papel fundamental na história da música brasileira, desde a Bossa Nova, nascendo na sala do apartamento dela em Copacabana, até a vinda de Bethania e Caetano para o Rio de Janeiro.

Teatro vivo quando toda a plateia canta com Zezé/ Nara: “Estava à toa na vida o meu amor me chamou… “

Voltamos para casa mais ricos de sentimentos e momentos iluminados que só o teatro pode nos dar, com aquela sensação entre a distração e o encantamento, com Nara Leão na cabeça: “Se alguém perguntar por mim, diz que fui por aí, levando um violão debaixo do braço…”

Neide Duarte

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