Infartes, quedas, velhice, suicídio, drogas, depressão, doença que os hospitais não tratam, epidemias que enriquecem a indústria farmacêutica indiferente, facadas em mulheres, acidentes provocados por cachaceiros. Há pessoas enaltecendo balas, fuzis, punhais, violência, tortura, inverdades. Há muito tempo desprezamos a família, o amor, as pessoas simples, os pobres, e banalizamos a honestidade. Há muito tempo coroamos personalidades de papelão construídas pelas câmeras de Tv, frágeis pensadores. Há muito tempo louvamos os poderosos, os fascistas, os falsos, os mentirosos, os assassinos, os banqueiros, os doutores de proveta, os influenciadores de banca de jornal. A alma dos bons está se escondendo. O grito dos bons virou gemido. A resistência dos bons virou perplexidade. Essas palavras não são o desabafo de um poeta. Sou um coral de gente encurralada. Não é necessário que venham nem curtidas, nem compartilhamentos. É melhor a gente fingir, é aconselhável a gente se esconder. É prudente a gente se refugiar. Recomendo que a gente se desconheça. Estamos morrendo. Mortos não reagem. O Brasil vive o simulacro de uma nação atolada em camadas de infantilices políticas criminosas, o poder dado a milicianos engravatados por um povo iludido, que opta por ser traído, a soberba de instituições saturadas de maniqueísmos, onde se distribui a torto e a direito, títulos de doutor honoris causa no sentido de solapar reações contrárias sobre corrupção, desmantelo social, e a vagabundagem social dos poderosos. Não há chave de fenda que abra a cabeça da sociedade para a educação. Estamos sendo aniquilados pela ignorância. E só.

Fernando Coelho

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