
A Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) em parceria com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP) divulgou nesta quarta-feira, no Parque de Exposições da Expointer, em Esteio (RS), um estudo inédito realizado em 2025. O levantamento revela a força econômica da raça do cavalo Crioulo, cada vez mais voltada ao esporte e com grande potencial de expansão nacional.
O Cavalo Crioulo não é apenas símbolo de tradição e identidade no Sul do Brasil, mas também um motor econômico de grande relevância para o país. Segundo o estudo, a raça movimenta R$ 5,36 bilhões por ano no Brasil e emprega diretamente 31,3 mil pessoas, além de gerar mais de 130 mil empregos indiretos, beneficiando ao todo mais de 160 mil famílias.

Esse panorama apresenta um complexo econômico que vai além da criação Os dados apresentados evidenciam que a cadeia do Cavalo Crioulo é mais ampla do que se imagina. Os R$ 5,36 bilhões incluem não apenas a venda e criação dos animais, mas também uma série de setores associados, como: veterinária e medicamentos, indústria de rações, turismo rural, eventos esportivos equestres, indústrias de selarias, ferrageamento, indumentárias e serviços especializados.
Com um rebanho de 508.080 cavalos registrados, a média de movimentação econômica por animal é de R$ 10.549,93 ao ano, reforçando o peso individual de cada Crioulo dentro do agronegócio brasileiro.

Esporte impulsiona a expansão da raça
Com informações interessantes, o estudo também identificou que o esporte é a principal finalidade da criação de Cavalos Crioulos, presente em 75% dos criatórios ativos no Brasil. Entre as provas de maior destaque estão o Laço Comprido, a Doma de Ouro, além das tradicionais Freio de Ouro e Morfologia, que seguem como os grandes espetáculos da raça. Segundo Gérson de Medeiros, gerente de expansão da ABCCC, sediado em São Paulo, a tendência é de crescimento expressivo nos próximos anos, especialmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste, agrupadas na chamada Região 8. A previsão para 2026 é de um aumento de 15% no número de provas oficiais fora do Sul.
A criação e as atividades causam impacto direto no campo e na economia rural.Os dados da Esalq mostram que os criadores de Cavalo Crioulo estão majoritariamente ligados à agricultura (64,95%) e pecuária (22,45%), com propriedades que possuem, em média, 440 hectares – sendo 92 hectares dedicados à tropa. Esses números revelam que a equideocultura Crioula é parte importante da dinâmica produtiva rural brasileira.
Responsável técnico pelo levantamento, o professor Roberto Arruda de Souza Lima, aponta que a equideocultura deve ser vista como um complexo agroindustrial – e não apenas uma cadeia – dada sua transversalidade em diversas áreas econômicas e culturais. Rio Grande do Sul: epicentro da raça. O Rio Grande do Sul concentra 80% do rebanho de Cavalos Crioulos no Brasil, com 412 mil animais, movimentando sozinho R$ 4,28 bilhões anuais. Os estados de Santa Catarina (33,7 mil) e Paraná (31,8 mil) aparecem na sequência, mas com participação econômica ainda modesta em comparação ao estado gaúcho.
Imprensa Mbc Noticias